Justiça manda prender sacerdote polonês que algemou jovem para praticar sexo em templo
Rio - Acusado de transformar a casa paroquial da Igreja Divino Espírito Santo de Realengo, em 2007 , em ‘masmorra erótica’, o padre polonês M. M. S., de 44 anos, vai para o banco dos réus. Ontem, o juiz da 1ª Vara Criminal de Bangu, Alexandre Abrahão, decretou a prisão preventiva do sacerdote.
Segundo a denúncia do Ministério Público Estadual, o religioso teria algemado um jovem, então com 16 anos, e feito sexo oral nele, na casa paroquial. A vítima conta que M. chegou a oferecer dinheiro para calá-lo e o ameaçou, dizendo que “já sabia as flores que colocaria em seu caixão”.
“O indiciado é uma pessoa compulsivamente ligada a sexo com adolescentes. O acusado arregimentava esse rebanho de inocentes para sua casa paroquial”, escreveu o juiz na decisão. O jovem detalhou as tentativas do padre em aliciá-lo. Ele havia deixado a igreja em 2006, após dois anos servindo como coroinha. Mas M. o convenceu a voltar a frequentar a paróquia em 2007.
O abuso teria ocorrido próximo ao Carnaval daquele ano. “Ele solicitou a presença do jovem na casa paroquial, que estava deserta. No quarto, no segundo andar, após algemá-lo à cama, o despiu e nele praticou sexo oral”, descreve a denúncia. Diante da recusa do garoto por sexo anal, M. teria lhe oferecido dinheiro pelo silêncio.
A denúncia relata ainda que o padre, ao perceber a recusa do menor em atender a suas ligações, ameaçou de morte a vítima. Se condenado por atentado violento ao pudor, M. pode pegar 10 anos de prisão. Embora o crime atualmente tenha sido revogado por lei, à época dos fatos estava previsto no Código Penal. Ontem, O DIA fez contato com Arquidiocese do Rio, mas não obteve resposta.
Pároco tentava aliciar mais vítimas com mensagens pornográficas
A denúncia do Ministério Público traz também que o padre M. M. S. aliciaria suas ‘potenciais vítimas’ pela Internet. A troca de mensagens com um coroinha ficou mais frequente quando o rapaz deixara a igreja, no fim de 2006. “Consta nos autos farto material erótico enviado à vítima, com o intuito de seduzi-la”, destacou o juiz.
A intensa atividade do padre na Internet também pesou na decisão do magistrado de conceder a prisão preventiva. “É necessário que se cumpra, até porque o acusado, pela postura erótica das ‘sedutoras’ conversas, onde inclusive troca fotos, descreve intensa vida sexual com outros”, escreveu. Ele ressalta que as “orgias” eram descritas entre risos nas “‘conversinhas’ mantidas com seus amigos na Internet”. “E o perfil desenhado pela prova indiciaria sua franca capacidade de usar sua postura de padre para executar ‘lavagem cerebral’”.
O juiz atenta para o fato de que M., por ser polonês, pode deixar o Brasil, e ratifica sua decisão afirmando que “a liberdade do acusado põe em sério e concreto risco a garantia da ordem pública, em especial o bem-estar da juventude religiosa que frequenta as igrejas.