Iurd e suas práticas demoníacas

A IURD e a prática da simonia

Simonia pode ser definida como a venda de favores divinos, bênçãos, cargos eclesiásticos, prosperidade material, bens espirituais, coisas sagradas, e outras coisas mais. A etimologia da palavra provém de Simão, mencionado por Lucas em Atos dos Apóstolos (8, 18-19), que tentou comprar de Pedro o poder de transmitir pela imposição de mãos o Espírito Santo ou de efetuar milagres.


Na Idade média a simonia provocou sérios problemas à postura moral da Igreja. A prática da simonia foi uma das razões que levou Martinho Lutero a escrever as suas "95 teses" e a rebelar-se contra a autoridade de Roma.
Hoje, infelizmente a simonia é uma das principais características do neopentecostalismo brasileiro, onde bênçãos e prosperidade são trocadas por dinheiro.

Igrejas como a Universal do Reino de Deus, Internacional da Graça, dentre tantas outras , tem ao longo dos anos propalado heresias das mais estapafúrdias, comercializando em seus cultos, objetos mágicos, utensílios ungidos, dentre outras coisas mais.

Vale a pena ressaltar que o Apostolo Pedro, diante da oferta de Simão, não se deixou levar pela tentação do dinheiro, antes pelo contrário, repreendeu severamente aquele que desejava comprar as bênçãos de Deus.
Caro leitor, a simonia é um pecado grave que deve ser combatido pela Igreja de Cristo. Sem sombra de dúvidas, a prática de comercializar a fé não é bíblica, e os que agem desta forma devem ser repreendidos, bem como chamados ao arrependimento publicamente.
Isto posto, afirmo que fazer vista grossa aos simonistas pós-modernos, constitui um grave pecado diante do Senhor que exige de nós firmeza e zelo pela sua Palavra.

A teologia da prosperidade

Gostaria de deixar claro que o dízimo e as ofertas são santos e do Senhor (II Co 9.7). Essas contribuições são tiradas em todas as Igrejas que realmente crêem na Palavra de Deus. A IURD de maneira alguma erra em ensinar isso ao povo, entretanto tudo o que é em demasia foge do propósito e padrão divino (Ec 7.16). Certo pastor disse com razão que - “a heresia também pode ser um exagero da verdade”. Há, com certeza, fundamentos nessa asseveração, fazendo com que nos preocupemos com nossas igrejas e seu nível espiritual. É como nos alimentarmos com só um tipo de comida, por melhor que ela seja, trará prejuízos a nossa saúde, ficaremos sem as vitaminas e proteínas necessárias. Devemos ensinar essas coisas sem se esquecer das demais.

Veja o que o Senhor Jesus fala: “Ai de vós, escribas e fariseus, hipócritas! porque dais o dízimo da hortelã, do endro e do cominho, e tendes omitido o que há de mais importante na lei, a saber, a justiça, a misericórdia e a fé; estas coisas, porém, devíeis fazer, sem omitir aquelas” (Mt.23:23). O Senhor mostra nesse versículo que não basta só pregarmos sobre o dízimo, temos que falar sobre a justiça, sobre a misericórdia e sobre a fé. Não basta termos uma igreja que só dízima, mas temos que ter uma Igreja santa (Ef 5.27) que conheça o juízo e exerça misericórdia com fé no seu coração (Hb 11).

Ou dá, ou desce.

O Bispo Macedo e a IURD não pede oferta de maneira equilibrada. Sua ideologia é a do “dá ou desce”. As reuniões da IURD, na maioria das vezes, se resumem na mensagem da doutrina da prosperidade – “Dê um pra ganhar cem” – parece ser atraente, mas não é factual.

Em uma aula de como tirar ofertas o Bispo Macedo diz o seguinte: “... Você tem que chegar e se impor: É seguinte pessoal, vocês vão ajudar agora a obra de Deus... se você quiser ajudar, amém... se não Deus vai levantar um montão de gente pra ajudar... entendeu como é que é? (falando aos seus pastores) Se quiser bem, se não quiser que se danem (se referindo às pessoas que não colaborariam). Aqui é assim – OU DÁ OU DESCE... (ele volta aos seus obreiros) Você não pode ser chocho... você tem que ser o super herói do povo... (continua o exemplo)... Pessoal, nos vamos fazer isso aqui (uma campanha), o grande desafio... é a fé ou não é... tudo ou nada... (ele volta-se aos obreiros)... Eu peguei a Bíblia nos EUA e joguei no chão... ou Deus honra essa palavra ou... ai eu joguei a Bíblia no chão... ela se espalhou toda... Ai eu chutei a Bíblia... Isso chama a atenção... uns vão dizer que esse ai é bom... outros vão dizer que é um falso profeta... mas vai ter pessoas que vão ficar do nosso lado... esses vão por tudo (o dinheiro) lá (na salva)... Você não pode ter vergonha de pedir... Peça, peça e peça... ai eu perguntei quem é que gostaria de ter o cajado de Moisés... O povão disse euuuuuuuu... é isso ai, você pode... Dez mil – entendeu pessoal (pastores)”

A Teologia da Prosperidade, para quem não sabe, é a doutrina principal pregada pela IURD. Trata-se de uma substituição do Evangelho da Graça, pelo “evangelho” da ganância. É comum ouvimos da boca dos pregadores da prosperidade coisas do tipo: “Você é filho do Rei, não tem por que levar uma vida derrotada.. Deus quer você seja rico, que tenha muito dinheiro... quem é pobre está fazendo a vontade do diabo... está vivendo em pecado... Um homem de Deus é rico!” A teologia da prosperidade une o fútil ao desagradável, ou seja, é uma mistura de ganância e comodismo. Os adeptos da teologia da prosperidade acham que nós temos direito de reivindicarmos o que quisermos de Deus, esquecendo da soberania divina.

O Pr. Esequias Soares faz um comentário interessante sobre essa ideologia da IURD de Edir Macedo: “Desde muito cedo na história do cristianismo, já havia aproveitadores, que usavam a Palavra de Deus visando lucros pessoais – “Porque nós não somos falsificadores da palavra de Deus, como tantos outros; mas é com sinceridade, é da parte de Deus e na presença do próprio Deus que, em Cristo, falamos” (II Co 2.17). O termo grego para “falsificadores” é “kapeleuo”, negociar com, comerciar no varejo, colocar à venda, traficar, comercializar em pequena escala... falsificar, adulterar, negociar, buscar lucros... Esse verbo aparece referindo-se tanto aos mercadores, aqueles que usam a Palavra de Deus, visando interesses pessoais, como aos falsificadores, que adulteram e sofismam a Palavra para agradar as pessoas e delas tirar vantagens... é a prática da simonia... O apóstolo Paulo já via, em seus dias, essa tendência mercadológica e, para combatê-la, usou uma palavra com o significado de falsificar ou mercadejar a Palavra. Isso envolve práticas da simonia, adulterar a Palavra, fazer da religião comércio e faltar com sinceridade diante de Deus, visando interesses pessoais. O apóstolo rebate os simoníacos e, ao mesmo tempo, reafirma a sua sinceridade, quando diz; antes, falamos de Cristo com sinceridade... muitos confundem fé cristã com negócios e colocam a igreja nessa esfera, isso banaliza o sagrado e reduz as coisas de Deus à categoria de mero produto comercial... O tema do culto cristão é o Senhor Jesus, e não as ofertas.”

Cito alguns textos bíblicos, que refutam esse evangelho falso, que promete ao homem uma vida de prosperidade materialista, atiçando-lhe a ganância.
“Não acumuleis para vós outros tesouros sobre a terra, onde a traça e a ferrugem corroem e onde ladrões escavam e roubam; mas ajuntai para vós outros tesouros no céu, onde traça nem ferrugem corrói, e onde ladrões não escavam, nem roubam” (Mat.6.19,20)

“De fato, grande fonte de lucro é a piedade com o contentamento. Porque nada temos trazido para o mundo, nem coisa alguma podemos levar dele. Tendo sustento e com que nos vestir, estejamos contentes. Ora, os que querem ficar ricos caem em tentação, e cilada, e em muitas concupiscências insensatas e perniciosas, as quais afogam os homens na ruína e perdição. Porque o amor do dinheiro é raiz de todos os males; e alguns, nessa cobiça, se desviaram da fé e a si mesmos se atormentaram com muitas dores. Tu, porém, ó homem de Deus, foge destas coisas; antes, segue a justiça, a piedade, a fé, o amor, a constância, a mansidão”. (ITm 6.4-11)

“...Não digo isto como por necessidade, porque já aprendi a contentar-me com o que tenho. Sei estar abatido, e sei também ter abundância; em toda a maneira, e em todas as coisas estou instruído, tanto a ter fartura, como a ter fome; tanto a ter abundância, como a padecer necessidade. Posso todas as coisas em Cristo que me fortalece...” (Fl 4.11-13)

“...E disse-lhes: Acautelai-vos e guardai-vos da avareza; porque a vida de qualquer não consiste na abundância do que possui. E propôs-lhe uma parábola, dizendo: A herdade de um homem rico tinha produzido com abundância; E ele arrazoava consigo mesmo, dizendo: Que farei? Não tenho onde recolher os meus frutos. E disse: Farei isto: Derrubarei os meus celeiros, e edificarei outros maiores, e ali recolherei todas as minhas novidades e os meus bens; E direi a minha alma: Alma, tens em depósito muitos bens para muitos anos; descansa, come, bebe e folga. Mas Deus lhe disse: Louco! Esta noite te pedirão a tua alma; e o que tens preparado para quem será? Assim é aquele que para si ajunta tesouros, e näo é rico para com Deus...” (Lc 12.15-21)

O IBGE trouxe uma constatação chocante para a ideologia dos propagadores da teologia da prosperidade no Brasil... Foi comprovado, no último censo de 2006, que os evangélicos são os que mais contribuem com a sua religião, apesar disso, são os religiosos mais pobres do País. Ou seja, essa teologia na prática não funciona. Bem, com a palavra os pregadores da prosperidade!
Que possamos nos levantar e espremermos a ferida do pecado que tanto nos assola e traz a verdadeira miséria – a miséria espiritual que leva o homem ao inferno. (Cf. Is 1; ITs 5.23; Heb 12.14).



Amuletos - a fé no palpável


Acreditamos que a fé das pessoas deva e tem que ser estimulada, mas da maneira bíblica (Rm 10.17). Infelizmente, vemos que nessa tentativa a “IURD” está usando um sistema não ensinado pela Bíblia. Sistema este cuja base é a troca da fé genuína, pela fé no visível e palpável. Nós, que somos protestantes, somos conhecidos por crer no Deus invisível e não aceitar o palpável (Jo 20.29). Como aceitar essa doutrina dos amuletos? Cornetas, espadas, sal grosso, arruda, rosa, enxofre e muito mais. Isso tudo é inaceitável, visto não ter bases bíblicas e nunca ter sido praticado pela Igreja primitiva. Devemos ter em mente o nosso verdadeiro alvo, a fé viva em Cristo Jesus, invisível, mas real (ITm 1.17).

“...fitando os olhos em Jesus, autor e consumador da nossa fé...” (Hb 12.2).
Esse desvio de alvo tornou-se tão sério que as pessoas da IURD precisam quase sempre de um objeto para que sua fé funcione. Certo dia encontrei um irmão, amigo meu, que lá congregava. Nesse nosso encontro ele mostrou-me uma corneta e tocou bem forte. Após isso me perguntou:

- Você sentiu?
- Senti o quê?.
- O poder - disse ele.

Demonstrei na minha fisionomia que não havia entendido nada e então ele explicou-me:
“É uma corneta ungida e o pastor nos disse que tem poder, poder tão forte que expulsa até demônios.”
Chocado, eu lhe expliquei que só no nome de Jesus havia poder para tal (Mc.16:17) e que eu não sabia que a “IURD” estava dando aquilo para seus membros. Ele, um tanto chateado, disse:

“Dando não, eu paguei cem reais!”.

Depois dessa conversa, disse até logo e fui embora. Relatei esse fato para mostrar que se não for feito nada a coisa não vai ficar boa. Uma vez ou outra nos deparamos com estes amuletos dependurados nas casas dos seus membros.

Na macumba o material de trabalho é do diabo – E na Iurd?
O próprio Bispo Macedo condena os macumbeiros por utilizarem esses ritos e objetos em seus cultos, diz ele: “O diabo, confundindo as pessoas, age com misticismo em rituais e com as oferendas que exige. Costuma usar o número sete, usado por Deus na Bíblia... sete charutos, sete galinhas...; pede trabalhos e, sete encruzilhadas, durante sete dias (olha a campanha aqui)... usam flores, cachaça, animais, velas, alimentos...” (Livro: Orixás, Caboclo & Guias – Deuses ou Demônios?”, Edir Macedo, Editora Universal, Ed. 2000, pg. 93 – parêntese nosso)

A questão então seria: E a IURD, não usa flores, enxofre, sal, sabonete, pão do descarrego, fita de pulso...? Quer dizer, quando a Macumba usa, é o diabo que está confundindo as pessoas, mas e quando a IURD manda que os mesmos objetos sejam utilizados? Vejam a contradição desse movimento que crítica outro, mas faz identicamente o mesmo! É o axioma – A IURD se tornou igual a quem antes criticava.
O Senhor JESUS nos deu autoridade em seu nome contra todo o mal, e não ensinou ninguém a ficar usando amuletos mágicos e milagrosos. Não nos esquecendo que tais amuletos não são de graça, mas custam caros aos pobres coitados, vítimas do seu intrínseco misticismo.

Conversas com os demônios

A Bíblia é enfática, o Diabo e seus demônios são mentirosos e neles não há verdade (Jo.8:44) e que nos últimos dias esses espíritos falariam e ensinariam mentiras. Por isso qualquer movimento religioso que dá muita ênfase no que dizem os espíritos, é uma religião perigosa e antibíblica.
Leiamos: “Mas o Espírito expressamente diz que em tempos posteriores alguns apostatarão da fé, dando ouvidos a espíritos enganadores, e a doutrinas de demônios”. (ITm4:1)

“Mas Jesus o repreendeu (o demônio), dizendo: Cala-te, e sai dele”.(Mc.1:25)
Ficar dialogando com demônios não é recomendável e nem neotestamentário. Há sempre o perigo de estarmos sendo vítimas de um engodo maquiavélico. Jesus era pragmático e objetivo nessa questão, Ele compreendia que quanto mais rápido agisse na vida do problemático, melhor. Para o possesso o momento de endemoninhamento é constrangedor e muito sofrível. Devemos nos preocupar com o estado dessa pessoa e usarmos toda nossa fé para auxiliar o indivíduo de maneira simples e objetiva.
Entretanto, a IURD gosta mesmo é de espetáculo com demônios, vejam a Palavra do Bispo: “... costumamos mandar os demônios ficarem de joelhos, de castigo, baterem a cabeça, andarem de costa, olharem para a parede, etc... (Livro “Orixás, Caboclos & Guias”, Ed. 2001, pg. 48)

Ter discernimento nesses casos é valioso, pois muitas vezes o indivíduo não está com um problema espiritual, mas o caso é patológico e de saúde. Quando diagnosticamos o problema de maneira correta podemos ajudar com muito mais eficiência. Se for caso de saúde, pode ser um ataque epilético, a pessoa deve ser encaminhada a um especialista médico da área. Quando o caso for psicológico, um psiquiatra deve ser consultado. É papel da Igreja saber ajudar da melhor maneira cada pessoa.

Com relação ao exorcismo praticado dentro da IURD, o caso é muito triste! Pessoas sendo levadas por corredores enormes e muitas vezes de maneira constrangedora, ajoelhada ou arrastada. Em alguns casos a pessoa passa por um interrogatório aonde o suposto espírito possuidor fala e esbraveja. Nesse período a pessoa fica fragilizada e até machucada pela luta corporal que acontece. O paralelo disso é visto dentro da umbanda, macumba e candomblé, aonde os guias, médiuns ou pais-de-santos trabalham para fazer o membro desenvolver seus guias e espíritos – a pessoa é obrigada a se embriagar, fazer ritos, etc. Algo realmente muito similar com algumas práticas de “libertação” da IURD.

Os ensinamentos de Jesus vão contra tudo isso e mostra que a metodologia do Cristo é rápida e não tem nada disso, pois com o uso de uma singela frase o mal cessa e a peleja é resolvida: “Saia em nome de Jesus” (Mc.16:17) - e pronto. Se a libertação não acontecer nesses termos, não é uma libertação bíblica. Embora, eu entenda que há mesmo é muita mistificação dentro da IURD. Não estou dizendo que possessão não exista, estou dizendo que acho que a IURD faz mais manobras espiritualistas fictícias do que libertação cristológica.

Fico pensando como fica a pessoa autenticamente possessa que passou por todo aquele constrangimento diante da família e dos amigos que vão com ela ou até mesmo assistem pela TV. Tudo isso poderia ser evitado com amor e carinho e sem sensacionalismo.

Muitos, dos que vão até lá, nem vão para ouvir a Palavra de Deus, mas para ver os demônios se manifestarem como se isso fosse um espetáculo. Bom seria se as pessoas fossem a igreja para ver a manifestação da Graça de Deus.
Invocação de demônios

O Bispo Macedo explica qual é a tática da IURD na invocação dos demônios: “(Nesse momento de oração há o que chamamos de invocação de demônios – então nomes de entidades são invocados)... Já oramos muitas vezes por pessoas viciadas em tóxicos, bebidas.... o responsável por tudo é o exu chamado “Zé pelintra” ou “Malandrinho”... Prostitutas, homossexuais e lésbicas sempre são possuídos por “pomba-giras”... Costumamos pegar aquele (demônio) que se manifesta mais atrevida para fazer demonstrações diante do povo, de quem realmente se trata aquela entidade incorporada... Ao fazermos orações em favor daqueles que nos procuram, ordenamos... que as entidades malignas abandonem seus esconderijos e venham até o lugar onde estamos... em obediência à ordem, imediatamente se manifestam ... por que há necessidade de se fazer isso? .. Para expulsá-los, conversamos com eles e lhes damos ordens....” (Livro “Orixás, Caboclos & Guias”, Ed. 2001, pgs.43, 48 e 109, parêntese nosso)

A IURD não somente emprega práticas pagãs supersticiosas; usa também a nomenclatura do baixo espiritismo para se referir às entidades espirituais malignas. Enquanto que as Escrituras silenciam quanto aos nomes dos demônios, mencionando apenas por nome o líder deles, Satanás, a IURD se utiliza da nomenclatura afro-brasileira dos deuses da Umbanda para dirigir-se aos demônios, identificá-los e eventualmente expulsá-los. “Tranca ruas”, “pomba gira”, “exús”, “caboclos”, “preto velho”, etc., são nomes normalmente empregados nos cultos de libertação.

A Bíblia alerta o seguinte quanto ao uso de nomes de entidades pagãs: “Aqueles que escolhem a outros deuses terão as suas dores multiplicadas; eu não oferecerei as suas libações de sangue, nem tomarei os seus nomes nos meus lábios”.(Sl 16.4).
Sobre essa problemática, argumenta o Dr. Paulo Romero: “Em alguns círculos evangélicos, os pregadores da libertação chegam a instigar os demônios para que se manifestem, dando-lhes ordens como: “Comece a manifestar aí, Exu Tranca-rua, comece a manifestar, Exu Caveira”,(...) e uma lista de nomes de orixás da umbanda e do candomblé são mencionados. Parece até ser uma reunião de invocação aos demônios.

Não vemos tal modelo na Bíblia. Nem Jesus nem os discípulos mandaram os demônios se manifestarem. As manifestações demoníacas na Bíblia foram espontâneas (veja: Mc 1.23,24; 3.11). A simples presença de Jesus era o bastante para que o inimigo se manifestasse. O mesmo acontecia com os discípulos. Quando esteve em Filipos, Paulo não mandou que o espírito que possuía uma jovem se manifestassem. Muito ao contrário, sentiu-se incomodado com as declarações e o demônio foi expulso (At.16:17-18). Basta a presença do Senhor na Igreja ou na vida do cristão para o inimigo ficar incomodado. O culto cristão deve ser centralizado no Senhor. O objetivo principal do povo de Deus ao se reunir é adorar a Deus em espírito e em verdade”.



Maldições hereditárias


Como parte de sua cosmovisão, a IURD ensina o que ficou conhecido como “maldições hereditárias”, ou seja, a idéia de que existem espíritos familiares que acompanham as gerações de uma família, causando-lhes sempre os mesmos males e infortúnios. Afirma Macedo: “Existe um espírito que só atua na destruição do lar. É o chamado espírito familiar. Você pode verificar isso a partir das etapas que o casal enfrenta na vida. Esse espírito normalmente vem dos pais. Se eles são divorciados, o mesmo espírito que destruiu o lar dos pais vai tentar o lar dos filhos, dos netos, dos bisnetos. Isso é uma herança maldita... [o espírito familiar] passa de pai para filho por todas as gerações, até que a pessoa tenha um encontro com Jesus. Aí, corta-se a maldição”. (Revista Veja, 1421 (06/12/95).

Devemos nos lembrar que o caminho para a libertação não é a quebra sucessiva de maldições hereditárias, mas o abandono do pecado e a conversão sincera a Deus. Se precisamos quebrar maldições hereditárias onde fica o valor do sacrifício expiatório de Cristo o qual foi feito uma única vez e para sempre? (Hb 11.28). Creio que a obra de Cristo na Cruz foi suficiente e não precisa de complementações humanas. Em Cristo não há mais maldições e condenações (Rm 8.1; Gl 3.13).

O que se verifica no que se chama de “maldições”, nada mais é do que herança genética. Muitas doenças são transmitidas através dos genes. O que acontece é que um pai ou mãe que tenha uma determinada doença passará em grande probabilidade a mesma doença através de sua geração. A verdadeira “maldição” na vida do homem é o pecado que nos foi transmitido por Adão com a queda (I Co 15.22) (Rm 5.12, 15)

"Portanto, como por um homem entrou o pecado no mundo, e pelo pecado a morte, assim também a morte passou a todos os homens por isso que todos pecaram." "Mas não é assim o dom gratuito como a ofensa. Porque, se pela ofensa de um morreram muitos, muito mais a graça de Deus, e o dom pela graça, que é de um só homem, Jesus Cristo, abundou sobre muitos."

Lembremo-nos que o sacrifício de Jesus na Cruz do calvário é suficiente para a nossa libertação. (Rm 3.25) "Ao qual Deus propôs para propiciação pela fé no seu sangue, para demonstrar a sua justiça pela remissão dos pecados dantes cometidos, sob a paciência de Deus". Cristo sim se fez maldição em nosso lugar (Gl 3.13) "Cristo nos resgatou da maldição da lei, fazendo-se maldição por nós; porque está escrito: Maldito todo aquele que for pendurado no madeiro". Veja ainda: (I Pe 2.24)

"Levando ele mesmo em seu corpo os nossos pecados sobre o madeiro, para que, mortos para os pecados, pudéssemos viver para a justiça; e pelas suas feridas fostes sarados". (Cl 2.13) "E, quando vós estáveis mortos nos pecados, e na incircuncisão da vossa carne, vos vivificou juntamente com ele, perdoando-vos todas as ofensas". (Cl 2.14) "Havendo riscado a cédula que era contra nós nas suas ordenanças, a qual de alguma maneira nos era contrária, e a tirou do meio de nós, cravando-a na cruz". Glória a Deus, e não a nós, por tão grande libertação.

"Que quereis vós dizer, citando na terra de Israel este provérbio: Os pais comeram uvas verdes, e os dentes dos filhos se embotaram? Vivo eu, diz o Senhor Deus, não se vos permite mais usar deste provérbio em Israel”. (Ezequiel 18. 2, 3).

"A maldição do Senhor habita na casa do ímpio, mas ele abençoa a habitação dos justos”. (Provérbios 3.33)

“A alma que pecar, essa morrerá; o filho não levará a iniqüidade do pai, nem o pai levará a iniqüidade do filho. A justiça do justo ficará sobre ele, e a impiedade do ímpio cairá sobre ele”. (Ezequiel 18.20)



Possessão de crentes


A forma em que a Igreja é vista pelos líderes e pregadores da IURD, sua cosmovisão, dá lugar à crença na possessão de crentes por demônios. Este pensamento é claro no livro Orixás, Caboclos & Guias: Deuses ou Demônios (pgs. 101-104) no capítulo “Crentes endemoninhados?” Macedo afirma claramente que o capítulo é fruto de sua observação: “Este capítulo não existira se eu não tivesse visto constantemente pessoas de várias denominações evangélicas caírem endemoninhadas, como se fossem macumbeiras, ao receberem a oração da fé”. O Bispo Macedo não oferece nenhum texto bíblico como argumento para comprovar tal doutrina.
Não creio na possessão demoníaca em crentes, pelas seguintes razões bíblicas:

1º - razão: o crente é santuário do Espírito Santo. “Acaso não sabeis que o vosso corpo é santuário do Espírito Santo que está em vós, o qual tendes da parte de Deus, e que não sois de vós mesmos? Porque fostes comprados por preço. Agora, pois, glorificai a Deus no vosso corpo.” (1 Co 6.19, 20.)
O Espírito Santo não é um visitante esporádico na vida do crente. É morador definitivo, e não se ausenta de sua morada.
Paulo garante que não há possibilidade de convivência entre Cristo (Rm 8.9) e o maligno (Ef 2.2.) “Que harmonia entre Cristo e o maligno?” (2 Co 6.15.)

2º - razão: o Espírito Santo é zeloso pelo seu santuário. “Ou supondes que em vão afirma a Escritura: Ë com ciúme que por nós anseia o Espírito, que ele fez habitar em n6s?” (Tg 4.5.).

O Espírito Santo é a pessoa da Trindade santa para a qual Jesus mais reivindicou o nosso cuidado na análise de fatos ou no evitar de palavras precipitadas. “Por isso vos declaro: Todo pecado e blasfêmia serão perdoados aos homens; mas a blasfêmia contra o Espírito ‘Santo não será perdoada. Se alguém proferir alguma palavra contra o Filho do homem, ser-lhe-á isso perdoado; mas se alguém falar contra o Espírito Santo, não lhe será isso perdoado, nem neste mundo nem no porvir.” (Mt 12.31, 32.)
Atribuir as obras de Jesus ao poder de Belzebu, o maioral dos demônios, já era pecado e blasfêmia contra o Espírito Santo, que estava sobre Jesus (Lc 4.18, 19), pois o Espírito Santo não pode ser veículo usado por Satanás. Diante de tal santidade e zelo será possível admitirmos que o Espírito Santo permitiria a entrada de força maligna em seu santuário? Louvado seja o seu nome porque ele não permite.

3º - razão: o crente é propriedade de Deus. É maravilhosa a declaração, de Paulo em Efésios 1.13, 14: “Em quem também vós, depois que ouvistes a palavra da verdade, o evangelho da vossa salvação, tendo nele também crido, fostes selados com o Santo Espírito da promessa; o qual é o penhor da nossa herança até ao resgate da sua propriedade, em louvor da sua glória.” No verso 14, os crentes são chamados de “propriedade de Deus”. O sublime de tudo isto é que o Espírito Santo é o “penhor” da nossa ressurreição futura, ou seja, a garantia de que não estamos órfãos (Jo 14.18) e de que seremos transformados na ressurreição (1 Co 15.52.). A presença do Espírito Santo em nós é a garantia de que somos propriedade de Deus.
“Vós, porém, sois raça eleita, sacerdócio real, nação santa, povo de propriedade exclusiva de Deus, a fim de proclamardes as virtudes daquele que vos chamou das trevas para a sua maravilhosa luz.” (1 Pe 2.9.)
A propriedade é exclusiva. Essa “propriedade” não será loteada e vendida ao diabo.

4º - razão: Jesus é o valente que tomou posse da propriedade.
Quando o valente, bem armado, guarda a sua própria casa, ficam em segurança todos os seus bens. Sobrevindo, porém, um mais valente do que ele vence-o, tira-lhe a armadura em que confiava e lhe divide os despojos. (Lc 11.21, 22.)”.
O Senhor Jesus veio ao mundo “para destruir as obras do diabo.” (1 Jo 3.8.)
Jesus me fascinou pela sua valentia e coragem diante da cruz. Essa valentia é a mesma no que diz respeito a guardar os seus filhos das investidas do diabo na tentativa de possuí-los.
Jesus é o Senhor absoluto de sua casa (1 Pe 2.5) e de seu tabernáculo (2 Co 5.1), que são os nossos corpos.

5º - razão: O Espírito Santo intercede pelos crentes em suas fraquezas.
“Também o Espírito, semelhantemente, nos assiste em nossa fraqueza; porque não sabemos orar como convém, mas o mesmo Espírito intercede por nós sobremaneira com gemidos inexprimíveis.” (Rm 8.26.)
É porque o Espírito Santo perscruta até mesmo as profundezas de Deus que Ele pode interceder por nós de acordo com a vontade perfeita do profundo e humanamente insondável coração de Deus. “Porque, qual dos homens sabe as cousas do homem, senão o seu próprio espírito que nele está? Assim também as cousas de Deus ninguém as conhece, senão o Espírito de Deus.” (1 Co 2.11.)
Davi invocava o Espírito Santo para ajudá-lo a viver na perfeita vontade de Deus. “Ensina-me a fazer a tua vontade, pois tu és o meu Deus; guie-me o teu bom Espírito por terreno plano”. (Sl 143.10.)!
O cristão não é um super-homem, mas é superprotegido graças à intercessão do Espírito Santo nas horas de maior fraqueza e necessidade.

6º - razão: O imutável amor de Crista garante a segurança.
“Em todas estas cousas, porém, somos mais que vencedores, por meio daquele que nos amou. Porque eu estou bem certo de que nem morte, nem vida, nem anjos, nem principados, nem cousas do presente, nem do porvir, nem poderes, nem altura, nem profundidade, nem qualquer outra criatura poderá separar-nos do amor de Deus, que está em Cristo Jesus nosso Senhor.” (Rm 8.37-39.)
O que nos dá segurança é o fato de o amor ser o de Cristo Jesus. Seu amor é sublime e leal, “é forte como a morte” (Ct 8.6) e a sua fidelidade está para além da fidelidade do crente, porque “se somos infi6is, ele permanece fiel, pois de maneira nenhuma pode negar-se a si mesmo”. (2 Tm 2.13.)
“Bem-aventurado o homem que confia no amor de Cristo por sua vida. A promessa para ele é: “O Senhor é quem te guarda; o Senhor é a tua sombra à tua direita. De dia não te molestará o sol, nem de noite a lua, O Senhor te guardará de todo o mal; guardará a tua alma. O Senhor guardará a tua saída e a tua entrada, desde agora e para sempre.” (Sl 121.5-7.)
O crente jamais será esquecido pelo amado Senhor Jesus, pois o seu nome está nas palmas de Sua mão. “Acaso pode uma mulher esquecer-se do filho que ainda mama, de sorte que não se compadeça do filho do seu ventre? Mas ainda que esta viesse a se esquecer dele, eu, todavia, não me esquecerei de ti. Eis que nas palmas das minhas mãos te gravei; os teus muros estão continuamente perante mim.” (Is 49.15, 16.)
O crente pode confiar nas promessas da Palavra de Deus; “Porque quantas são as promessas de Deus tantas têm nele o sim; porquanto também por ele é o amém para a glória de Deus, por nosso intermédio” (2 Co 1.20.)



Universal e as religiões afros


O tratamento que a IURD dá às outras religiões é algo que também merece atenção. As religiões afros e espíritas são as que mais tem sido atacadas pela igreja Universal, mas o que mais chama a atenção é que muitas das práticas que são realizadas nas religiões afros como no Candomblé a IURD as adota. Os cultos de terça feira, por exemplo, em todas os templos são realizadas as “cessões do descarrego”, nestes cultos os presentes, são convidados a ficar em pé com as mãos na cabeça e os olhos fechados enquanto o pastor que está na frente do altar ordena aos espíritos que se manifestem. Os obreiros são os únicos a permanecerem com os olhos abertos atentos andam pelo salão, a procura dos demônios, qualquer movimento estranho feito pelo fiel eles sabem que é a chegada dos “encostos”. Em um de seus livros o Bispo Macedo chegou a dizer que a IURD, realmente se parece com um terreiro de macumba:

“Em muitas de nossas reuniões efetivamente vemos um quadro assombroso: uma verdadeira amostra do inferno. Se alguém chegar à igreja no momento em que as pessoas estão sendo libertas poderá até pensar que está num centro de macumba, e parece mesmo. Temos a impressão muitas vezes que aquelas pessoas ficaram loucas. Entretanto após alguns momentos quando fazemos a “limpeza” em suas vidas, quando os demônios são expelidos e levam com eles todo o mal, ai vem a bonança e a paz.” (Bispo Edir Macedo no livro "Orixás, Caboclos & Guias" pg. 108 - ed. 2001")

Assim como em algumas práticas do candomblé espíritos são chamados a se manifestar, na IURD o pastor começa a oração gritando para que estes espíritos de manifestem, algumas pessoas começam a gritar palavrões, outras rolam pelo chão, alguns menos valentes com as mãos para trás “acorrentados” são levados pêlos obreiros para frente para serem entrevistados pêlos pastores, os nomes mais comuns são pomba-gira, Exu Caveira e Tranca Rua, sendo que cada um tem a tarefa de causar algum tipo de desgraça na vida das pessoas, de uma simples dor de cabeça ate a falência de empresas.

“Entre os neopentecostais encontramos não apenas o dualismo” Deus X Diabo “. Acreditam também que o universo está dividido em dois reinos o reino espiritual e o reino material. O reino espiritual é habitado por seres espirituais: Deus, o Diabo, anjos e demônios, em luta constante. O reino material é este nosso mundo, habitado pelos homens e pelo restante da criação divina. É o campo de batalha da guerra espiritual. E pelo seu domínio que se trava a guerra. E mais: o reino espiritual é mais real que o material, dizem eles. O que ocorre neste mundo em que vivemos é reflexo dos acontecimentos da ordem espiritual” .(Azevedo Júnior, 1994) .

Este dualismo entre bem e mal tem feito surgir conflitos de variadas magnitudes uma vez que as religiões afros são que mais recebem ataques da IURD, em outras palavras para o fiel iurdiano estes fazem parte do exército do bem enquanto os adeptos dos cultos afros estão a serviço das forças do mal.

“A nova de que Cristo rompeu o poder dos demônios pela força de sua inspiração e salvaria seus adeptos do poder deles constituía no cristianismo primitivo uma das mais destacadas e eficazes força de suas promessas”.(Weber 1991)
Outra prática comum adotada pela IURD é o uso de objetos como alianças, fitas, arruda, água e rosas ungidas, objetos estes que são comuns tanto nas religiões afros como também no espiritismo.

“Venha à Igreja Universal receber uma fita para colocar no seu braço. Você que hoje está com uma fita vermelha venha na próxima semana receber uma fita azul em que está escrito: “ Persegui os meus inimigos e só voltei depois que os esmaguei” venha pois neste domingo você vai receber a fita azul em todas as igrejas Universal . Largue a fita do Senhor do Bonfim , dos santinhos e venha receber a nossa fita azul da cor do céu. Vejam só !. Está família esta toda enfitada. (Bispo Gonçalves, TV Record, 31.08.95)

Para os pastores da IURD os objetos usados pelas outras religiões estão carregados de maus fluidos de forças negativas, no entanto os da igreja estão ungidos e irão servir de escudo para quem usar. Em sua obra Teatro Templo e Mercado Silveira Campo retrata este pensamento:

“Os Objetos de cultos dos concorrentes estão carregados de magia negativa, enquanto os próprios conseguem ser um eficiente meio de comunicação com Deus. Na lógica religiosa de um grupo os seus próprios objetos sempre são “consagrados e santificados”, ao passo que os artefatos manipulados pelo concorrente são e estão apenas a serviço da “sede de lucro” ou ate dos “demônios”. (Campos 1997:79)
De acordo com Mircea Eliade os pontos de contato trabalham as emoções e despertam os estados místicos que estavam adormecidos, servindo de ponte entre o profano e o sagrado – esse é o mesmo estilo das Religiões Afro.